2009

2009

DOUTORADO

Isabel Cristina Michelan de Azevedo - A argumentação no Exame Nacional do Ensino Médio/2004: percursos discursivos seguidos por jovens em processo de formação. Vol. 1    Vol. 2

 

Data de Defesa: 14.08.2009

Orientador: Mosca, Lineide do Lago Salvador

Banca examinadora: Mosca, Lineide do Lago Salvador (Presidente); Barzotto, Valdir Heitor; Leite, Luci Banks; Palma, Dieli Vesaro; Pinto, Elisa Guimaraes.

 

Resumo

Esta pesquisa tem por objetivo mais amplo investigar os recursos discursivo-argumentativos presentes nos textos produzidos no ENEM/2004, para identificar como as práticas discursivas se manifestam nas produções de jovens brasileiros que participam da última etapa da educação básica. Como o trabalho está baseado em uma teoria geral do discurso, o discurso é concebido como um produto subjetivo e também sócio-histórico, o que possibilita a integração de perspectivas teóricas diferentes, porém, a nosso ver, complementares. Pelo fato de o corpus ser constituído por textos produzidos em situação de exame, optamos por utilizar os estudos de Foucault (1969/2004a, 2004b, 1987, 1970/1996) para interpretar a situação de produção dos textos, bem como para entender os processos de subjetivação aos quais os participantes da prova estão submetidos. Para analisar as estratégias argumentativas e persuasivas presentes nos textos, como também as formas de organização e articulação das ideias apresentadas, recorremos aos estudos da Nova Retórica, segundo Perelman (1997, 1993), Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996), de Meyer (2007, 1998, 1992), de Maingueneau (1997, 2001, 2005, 1995/2008), de Charolles (1978/2002) e de Koch (2002, 1993, 1992). As análises dos elementos de coerência e coesão possibilitaram mapear os recursos linguísticos utilizados, associar grupos de textos à avaliação realizada pelo INEP e definir o perfil do conjunto de textos que foi analisado sob perspectivas diversificadas. A análise discursivo-argumentativa mostrou que, ao final do ensino médio, a maioria dos jovens domina os mesmos recursos já identificados em pesquisa anterior com textos infantis (AZEVEDO, 2002), revelando assim não haver evolução significativa na qualidade das produções textuais mesmo após um longo período de permanência em sala de aula.